Bem-estar em todos os momentos da vida

Pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro com portadores de HIV revela quanto a terapia floral melhora a qualidade de vida e auxilia no tratamento. E tem mais! A pesquisa, recentemente, recebeu menção honrosa na área temática Saúde, concedido no 12º Congresso de Extensão da UFRJ

Um estudo realizado com 22 pessoas portadoras do vírus HIV na Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem mostrado a eficácia do tratamento médico aliado ao uso da terapia floral. Com a estigmatização da doença, as pessoas com HIV enfrentam problemas que interferem no modo de ser e estar no mundo, tanto no contexto familiar quanto social e no de trabalho.

Uma das pesquisadoras é Carla Araújo, enfermeira, doutora em saúde coletiva e professora adjunta do Departamento Materno e Infantil da Escola de Enfermagem Anna Nery. Ela diz que o aumento da expectativa de vida de quem tem a enfermidade tornou ainda maior a preocupação com a qualidade de vida.

“Sentimentos como medo e angústia são comuns entre elas, o que acaba criando grandes dificuldades no modo de conviver com a doença. Por esse motivo, optamos, entre as muitas práticas integrativas e complementares utilizadas no Brasil, incluir a terapia floral no tratamento. O objetivo é harmonizar o corpo, a mente e as emoções”, conta.

Dezenove mulheres e três homens, com idade entre 17 e 56 anos, têm tomado florais de Bach e os florais do Sistema Califórnia e a evolução do bem-estar passaram a ser relatadas no questionário WHOQOL-HIV, proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Esse questionário é aplicado antes do início do tratamento e depois a cada três meses. Nos primeiros resultados, 60% dos pacientes relataram bastante incômodo com as alterações físicas causadas pelo vírus, o que potencialmente interfere de forma negativa na vida deles”, explica Diana Gonçalves, aluna de graduação em enfermagem e obstetrícia da Escola de Enfermagem Anna Nery, também participante da pesquisa. “Por outro lado, ao analisarmos o quarto e quinto questionários, ficou clara a redução desse relato. Somente dois pacientes continuaram a expressar desconfortos com relação às mudanças no corpo. E não foi somente isso, observamos a melhora no sentimento de valor pela vida”, alega a enfermeira.

Ainda no primeiro questionário, 33,28% dos pacientes disseram não ter vontade de viver, sentimento esse que tende ao abandono de si mesmo, e consequentemente, do tratamento da infecção, aumentando os riscos de desenvolver outras doenças.

“Eles dizem que o tratamento medicamentoso é difícil por ser fazer necessário mudanças comportamentais e, principalmente, pelos efeitos adversos. Esse fato faz com que eles ponderem entre viver mais e ‘suportar’ as alterações do tratamento ou não enfrentar as dificuldades da adesão e ter menos tempo e qualidade de vida”, explica Carla.

Ainda de acordo com Carla, um fator de grande importância diante desse desafio é quanto os soropositivos se reconhecem como seres humanos que têm, sim, direito a ser felizes, mesmo portando o HIV.

“É necessário resgatar o amor-próprio, pois é ele que impulsiona a vontade de viver e a busca por melhorias em diferentes aspectos da vida, daí a importância do uso dos florais. Os portadores da doença reconhecem a presença e a ausência do amor à vida e ao desejo de viver quando falam de si mesmo ou do outro. Também enfatizam quanto a valorização da vida auxilia no processo de cuidar. Nesse aspecto , verificamos as consequências positivas após o uso das essências florais. O valor pela vida passou a ser extremamente importante em 75% dos pacientes avaliados no quarto questionário.”, afirma ela.

Nesse estudo, ficou claro que, antes de receber a terapia floral, os pacientes apresentavam piores resultados em relação às questões físicas e emocionais. Em todos os questionários analisados, observou-se ainda expressiva melhora em relação a percepção de si mesmo, inclusão no processo de cuidar, participação no tratamento, sentimento de aceitação, vontade de viver e aperfeiçoar as condições de vida. A terapia tornou-se também adequada por outro motivo.

“Ela é totalmente segura, pois não interage de forma alguma com os medicamentos aplicados.”, diz Diana Gonçalves.

Ainda de acordo com ela, os florais são importantes para dar apoio social.

“Com eles, é possível obter melhora do estado emocional e psicológico e também da adesão ao tratamento, imprescindível à manutenção da saúde”, explica Diana.

Essa adesão é vital já que a terapêutica a que são submetidos esses pacientes demanda, além da medicação durante toda a vida, mudanças comportamentais e alimentares. Por isso, a estratégia de tratamento dos soropositivos requer melhorias na qualidade dos tratamentos oferecidos a eles de forma contínua.

“Nesse sentido, a terapia floral tem sido também essencial ao tratamento”, comemora Diana.

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